Pouco conhecido para a maioria das pessoas, Tuvalu é um Estado da Polinésia formado por um grupo de nove atóis, localizados no Oceano Pacífico. Foi um protetorado britânico em 1892 e tornou-se independente em 1978. Entretanto, esse pequeno conjunto de ilhas tem chamado a atenção da comunidade internacional por conta do aquecimento do planeta.
Com uma área de 26km² (22 vezes menor que a cidade de Limeira/SP) e com uma altitude máxima em relação o nível do mar que não passa de 5 metros, Tuvalu corre sérios riscos de literalmente desaparecer do mapa se o nível dos oceanos continuar aumentando por conta do aquecimento global. Alguns estudos científicos dão conta de que, caso a temperatura do planeta continue subindo no ritmo atual, o arquipélago de Tuvalu poderá ser engolido pelo mar em menos de 40 anos.
Mapa da Oceania, onde é possível ver o arquipélago de Tuvalu |
Segundo o Grupo Intergovernamental sobre a Evolução do Clima (GIEC, na sigla em francês), o nível médio dos oceanos deverá subir entre 18 a 59 centímetros até 2100. Para estas ilhas, com pouca altitude como Tuvalu, Ilhas Marshall e Kiribati, seria uma catástrofe sem precedentes.
O aumento do nível dos oceanos, associado a ocupação inadequada do solo da ilha pela sua população, pode levar à salinização do sistema de abastecimento de água e das suas áreas cultivadas. Atualmente as ilhas sofrem com enchentes, resultado da erosão e de projetos imobiliários que segundo especialistas, vêm provocando um afluxo da água do mar.
O caso de Tuvalu, chama a atenção já que seus habitantes - hoje cerca de 12 mil - podem se tornar os primeiros "refugiados ambientais" da história, pois caso o planeta continue se aquecendo e os oceanos aumentando, eles terão que se refugiar nas ilhas vizinhas de Nauru e Papua Nova Guiné, ou mesmo para a Nova Zelândia.
Vista aérea de uma das ilhas que formam o arquipélago de Tuvalu |
Em censos realizados mais recentemente, o número de imigrantes de Tuvalu que vivem hoje na Nova Zelândia passou de cerca de 500 no início dos anos 90, para mais de 2.600 nos últimos anos. E esse número pode aumentar, devido a preocupação dos seus habitantes com a crise ambiental instalada.
Em 2009 na COP15 - Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas - realizada em Copenhagen, Dinamarca, o representante de Tuvalu na conferência, Ian Fry, pediu emocionado para que os países em desenvolvimento se comprometessem a diminuir suas emissões de gases estufa na atmosfera. "O destino do meu país está nas mãos de vocês", disse Fry, num tom dramático de quem vê seu país desaparecer diante da indiferença das nações mais desenvolvidas.
É pouco provável que os países desenvolvidos e em desenvolvimento, responsáveis pela maior parte dos poluentes lançados na atmosfera se comovam com a situação de Tuvalu. Entretanto, se nada for feito para redução da emissão de gases que agravam o efeito estufa, não só a população dessa minúscula ilha do Pacífico vai sofrerá as consequências, mas também todos nós, seja por nossas práticas ambientais inadequadas, ou mesmo pela simples omissão.
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