quarta-feira, 13 de março de 2013

FUKUSHIMA: LIÇÕES TIRADAS DA TRAGÉDIA

Dois anos depois da tragédia que matou mais de 19 mil pessoas, o Japão luta dia após dia para se livrar da contaminação radioativa ocorrida após o tsunami que destruiu a usina nuclear de Fukushima, na costa leste do país. Além dos mortos e desaparecidos, mais de 300 mil pessoas tiveram que deixar suas casas e provavelmente jamais retornarão.
 
 
Foto aérea de um dos locais onde ocorreu a explosão do reator nuclear
Foto: Reuters 
 
Essa tragédia nos mostrou o quanto o uso da energia nuclear pode ser perigoso em caso de acidentes, como o ocorrido na usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986 e que o saldo desses acidentes pode perdurar por décadas, não só do ponto de vista econômico, mas também ambiental, social e de saúde.
 
A Tokyo Electric Power (TEPCO) que administrava o complexo de usinas nucleares Fukushima-Daiichi acredita que os trabalhos para limpeza dos reatores levarão em torno de 40 anos e que as indenizações podem custar aos seus cofres cerca de 100 bilhões de euros.
 
Mais do que isso, uma projeção da Organização Mundial da Saúde mostra que o risco de contrair câncer é maior nas regiões contaminadas. Já uma outra organização médica internacional espera até 80 mil casos de câncer a mais, apenas pela exposição à radiação externa.
 
Médico analisa índice de radioatividade em moradores da região de Fukushima
Foto: EFE 
 
Foi necessária uma tragédia dessa proporção para que o Japão, responsável por mais de 10 por cento da energia nuclear global, desativasse temporariamente suas usinas depois do acidente de Fukushima. Alemanha, Suíça e Bélgica já haviam decidido eliminar suas usinas atômicas e investir mais em energias renováveis.
 
Na contramão da tendência está o Brasil, com um potencial para energia limpa enorme, mas que 2011 (mesmo ano da tragédia japonesa), através do Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que o governo planeja a aprovação de mais quatro usinas nucleares, duas no sudeste e duas no nordeste. Trataremos dessa questão nas próximas postagens.
 
ma das lições que podemos tirar desse fato é que em um mundo com mais de 7 bilhões de habitantes, a necessidade pelo uso de fontes de energia limpas e renováveis e a não-dependência por combustíveis fósseis e energia nuclear para suprir essa demanda deve se tornar realidade o mais rápido possível.
 
O Japão? Bem, o país já mostrou capacidade e empenho para lidar com situações trágicas e se reerguer como nação e se desenvolver. Foi assim após os ataques atômicos em Hiroshima e Nagasaki, após o terremoto de Kobe em 1995 e agora, na tragédia nuclear de Fukushima.
 
Porém, um acidente nuclear não conhece fronteiras e portanto deixa de ser apenas um problema japonês ou ucraniano, como o caso de Chernobyl. É um problema internacional e com consequências globais para o meio ambiente. Se estávamos esperando o pior acontecer para tomarmos uma atitude, a hora é agora. Que casos como o de Fukushima sirvam de lição para as demais nações do globo.

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